Pular para o conteúdo principal

O que é o Ebola

A atual epidemia causada pelo vírus Ebola é perigosa e persistente.
Desde que o vírus foi descoberto, em 1976, nenhuma outra se espalhou para fora do leste ou do centro da África nem provocou tamanha mortalidade.
Esta parece que surgiu no distrito de Guéckédou, na Guiné, no oeste africano, em dezembro de 2013, acometeu um número mais elevado de pessoas e já causou mais mortes do que a somatória de todas as anteriores.
Em abril deste ano (2014), a diminuição do número de casos na Guiné alimentou a esperança de que a epidemia fosse desaparecer como as outras, misteriosamente como veio, mas a disseminação nas áreas fronteiriças de Serra Leoa e Libéria frustrou as previsões.
O aparecimento da doença em Lagos, na Nigéria, país que não tem fronteiras com Guiné, Serra Leoa ou Libéria, mostrou ao mundo que qualquer cidade com um aeroporto pode ser alcançada e que o potencial de disseminação é maior do que se imaginava: em Lagos vive mais gente do que nos três países citados.
A doença tem início abrupto nos 3 a 21 dias subsequentes ao contágio. Do nada, surgem febre acima de 38,6ºC, mal-estar, dor de cabeça, dores musculares, articulares, no tórax, na coluna lombar, congestão das conjuntivas, inflamação da garganta e manchas avermelhadas na pele.
Já nos primeiros dias aparecem os sintomas gastrointestinais: náuseas, vômito, dores abdominais e diarreia. Na fase final, 50% dos doentes apresentam hemorragias.
Nos casos fatais, a sintomatologia inicial é mais intensa e a morte acontece entre os dias 6 e 16, por complicações hemorrágicas, septicemia e falência de múltiplos órgãos.
Os índices de fatalidade variam de 30% a 90%, dependendo da região e dos recursos médicos. Nas pessoas que se curam, a melhora começa a ocorrer entre os dias 6 e 11.
O diagnóstico é confirmado por exame de sangue realizado por duas técnicas diferentes (Elisa e PCR).
Não existe vacina nem medicamentos contra o vírus. O tratamento procura corrigir a desidratação e o desequilíbrio entre os íons, manter a pressão arterial, controlar as dores e tratar as infecções bacterianas que se instalarem.
Os contatuantes devem permanecer isolados por três semanas, tempo necessário para cobrir o período de incubação.
A transmissão do vírus depende exclusivamente do contato direto com as secreções do doente (sangue, saliva, fezes, sêmen, suor, secreções vaginais e lágrimas), ou com superfícies contaminadas por elas.
Como não existe possibilidade de transmissão pelo ar, quem esteve na mesma sala, no mesmo ônibus ou avião não corre risco.
Lavar as mãos com água e sabão ou álcool rompe o envelope que circunda o RNA do vírus e protege contra a infecção. Desinfetar objetos e ambientes com água sanitária é medida prática, barata e eficaz.
Os reservatórios naturais do vírus são os morcegos que se alimentam de frutas, mas macacos e porcos domésticos podem servir de hospedeiros intermediários. As epidemias, no entanto, são mantidas pelo contágio inter-humano.
O vírus não costuma se disseminar rapidamente para grandes massas populacionais, como às vezes sugerem as notícias veiculadas pela mídia. Em média, cada pessoa infectada dá origem de um a três casos secundários, número pequeno quando comparado aos 14 a 17 casos secundários causados pelo vírus do sarampo, na mesma região do oeste africano.
O perigo com o Ebola não está em sua virulência, mas na facilidade de transmissão. Uma única distração, tocar no paciente ou numa superfície manipulada por ele e levar a mão à boca, ao nariz ou aos olhos pode ter consequências devastadoras.
A epidemia chegará ao Brasil?
Os vírus viajam no interior de corpos humanos desde os primórdios da humanidade, mas agora o fazem na velocidade dos jatos. É evidente que podem surgir casos isolados, mas uma epidemia autóctone brasileira é altamente improvável.
Margareth Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde diz: “Muitos me perguntam por que o surto da doença causada pelo Ebola é tão abrangente, tão grave e difícil de conter. Essas questões podem ser respondidas com uma única palavra: pobreza. Guiné, Libéria e Serra Leoa estão entre os países mais pobres do mundo”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Proteína Miostatina... RHYTMUS

A  miostatina  (formalmente conhecida como  factor 8 de crescimento e diferenciação ) é um  fator de crescimento  que limita o crescimento do  tecido muscular , por exemplo concentrações elevadas de miostatina em um indivíduo provocam uma diminuição no desenvolvimento normal dos músculos. 1 A proteína miostatina é produzida em células do músculo esquelético, circula no sangue e actua no tecido muscular, parecendo atrasar o desenvolvimento das "células-mãe" musculares. O mecanismo exato segue sendo desconhecido. Miostatina e o  gene  associado foram descobertos 1997 pelos genetistas McPherron e Se-Jin Lee, que também produziram uma estirpe do mutante em ratos com a carência do gene e eram em torno de duas vezes mais fortes que ratos normais. [3]   2 O gene foi sequenciado em humanos, ratos, peixes, zebras e vários outro animais, 3  demonstrando poucas diferenças entre espécies. Lee descobriu em 1997 que a raça bovina "Azul Be...

Método Continuo Extensivo e Intensivo

A partir de hoje  Toda a Semana levantaremos um tema para estudo e reflexão e contamos com a participação de todos podendo ser, Escrito, Vídeo ou Áudio, essa semana comentaremos um pouco sobre os principais tipos e métodos de treinamento de corrida.  O objetivo da descrição destes métodos é enfatizar a necessidade de um acompanhamento profissional para a elaboração dos treinamentos e verificação dos resultados obtidos com uma periodização. Correr aleatoriamente pode até trazer benefícios, mas nunca será melhor do que seguir uma programação com base nos dados coletados em sua avaliação cardiorrespiratória. Somente desta maneira você conseguirá atingir os reais benefícios desta modalidade, reduzindo o risco de lesões e afastamento do exercício físico. O primeiro método a ser discutido é o “Contínuo”. Este tipo de treino é caracterizado pela manutenção da intensidade durante todo o período de treinamento, e possui duas subdivisões: “Contínuo extensivo” e “Contínuo intensi...

Números da Obesidade no Brasil

Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou um pesquisa que revela que quase metade da população brasileira está  acima do peso . Segundo o estudo, 42,7% da população estava acima do  peso  no ano de 2006. Em 2011, esse número passou para 48,5%. O levantamento é da  Vigitel  (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas  por Inquérito Telefônico), e os dados foram coletados em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. De acordo com a Dra. Rosana Radominski, presidente do Departamento de Obesidade da SBEM, os novos resultados não são novidade, se comparados com os de 2010. “O dado agravante é o aumento de mais de 0,5% do excesso de peso e da obesidade em um ano. Isso é alarmante, se formos extrapolar os dados para os próximos dez anos”, alerta a especialista. O estudo também revelou que o  sobrepeso  é maior entre os homens. 52,6% deles está acima do  peso ideal . Entre as mulheres, esse valor é de 44,7%. A pesqu...